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I Saw Something of Us in Empty


quarta-feira, 30 de junho de 2010

The Issue # 6 - I Am Tilda By Jil Sander

No meio de toda a luxúria retratada no filme “I Am Love” – os lustres, as tapeçarias, os quadros, estátuas e mordomos de luva branca – nada nos tira a respiração tão ferozmente como a dramática expressão de Tilda Swinton.


A primeira vez que entramos em contacto com a sua personagem, Emma Recchi, percebemos que Tilda é uma Russa que se casou dentro de um seio familiar abastado milanês.

“I Am Love”, produzido por Luca Guadagnino, leva-nos até uma metamorfose com a banda sonora de John Adams e o exuberante guarda-roupa e estilo visual que pode ser chamado de Hollywood barroco pós-clássico. Logo na sua estreia no Veneza Film Festival, no ano passado, se percebeu que demora algum tempo até a audiência deitar algumas lágrimas e que consiste num filme que requer algum sossego e introspecção.

O filme começa com um elaborado jantar de aniversário do patriarca Recchi, Edoardo (Gabriele Ferzetti), uma grandiosa celebração que requer uma frota de empregado de uniforme, onde se nota que todo o filme é composto por pequenos grandes detalhes e se podem, com atenção, ver Birkins espalhadas pelos décors.


Trabalhando com o cineasta Yorick Le Saux, Guadagnino ao inicio deixa soltar a câmera que vagueia pela casa, nos mostrando os ricos e exuberantes interiores, onde Emma (Tilda Swinton) e a sua empregada, talvez sua única amiga, Ida (Maria Paiato), estão a fazer os arranjos finais de uma relação que tem toda a intimidade de uma coroação.


Tilda conta com Raf Simons nos seus figurinos durante todo o filme, um guarda roupa que parece real demais para ter um designer por trás. Enquanto o vestido encarnado, que não necessita de apreciações simbólicas, o resto dos coordenados de Emma mostram-nos através de uma “pequena janela” a sua revolta interior, com roupa estruturada e a transição de um corte rígido para tecidos esvoaçantes. Igualmente com as cores, que começam em azuis e tons neutros ate ao laranja extravagante.


Ninguém melhor para falar da importância da moda na vida de Tilda, do que ela mesma quando em conversa com o “The New Yooxer”, responde à pergunta: “What does fashion mean to your Professional and private life.” – Tilda Swinton: “It means company, in a very practical way. I have the great blessing to have as my friends a number of inspired people, many of them artists, working in fashion. My collaborations with them is a very particular and joyful part of my work as a whole. I find, in their company, an energy and a kind of precision that is unique: something to do with the supremely personal aspect of fashion – how it calls up the spirit in all of us and dares us to be authentic.” Para acompanhar toda a entrevista, visite: http://www.thenewyooxer.yoox.com/eng/index.php/post/3945/tilda-swinton-jil-sander/


Sendo hoje o último dia de “I Am Love” no cinema, aconselho vivamente que aproveitem e vão vê-lo, tanto ao filme como ao icónico vestido encarnado de Jil Sander que Tilda tão bem o veste.


 
Texto: MSalvador

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